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Hemoculturas: Importância do Diagnóstico Laboratorial

A bacteremia, comprovada laboratorialmente pela hemocultura, consiste na presença de microrganismos viáveis na corrente sanguínea. É um problema de grande relevância, relacionado diretamente ao aumento nas taxas de morbidade e mortalidade e representa uma das mais significativas complicações no processo infeccioso.

A maioria dos casos de sepse ocorre em ambiente hospitalar e, frequentemente, envolve microrganismos que apresentam grande resistência a antibióticos e estão associados a taxas de mortalidade superiores aos episódios que ocorrem na comunidade.

O laboratório de análises clínicas tem um papel de extrema importância no processamento de amostras de pacientes com bacteremia. Uma vez que a hemocultura se mostra positiva para patógenos, ela se torna um indicador altamente específico de infecção da corrente sanguínea, permitindo que o isolamento do agente e posterior identificação e antibiograma direcione a conduta terapêutica correta e precoce com antimicrobianos, favorecendo a significativa redução na mortalidade.

A coleta de sangue para cultura deve ser feita, idealmente, antes do início da antibioticoterapia de pacientes que configurem quadro clínico sugestivo de infecção e sujeitos à internação e que apresentem febre ou hipotermia, leucocitose, especialmente com desvio à esquerda ou granulocitopenia absoluta. Deve-se investigar crianças pequenas com quadro de queda do estado geral sem explicação, e idosos, principalmente acompanhado de mal-estar, mialgia ou sinais de acidente vascular cerebral.

Durante episódios sépticos comprovados, recomendam-se coletar no mínimo duas até quatro amostras por episódio infeccioso, favorecendo, desta forma, o isolamento do agente bacteriano ou fúngico em mais de 95 %. Cada amostra de hemocultura corresponde a uma punção, sendo que uma punção corresponde a dois frascos para adultos (um frasco para cultura aeróbia e outro para cultura anaeróbia) e um frasco para pacientes pediátricos até 13 Kg.

O número de hemoculturas positivas em função do número total de amostras coletadas é uma ferramenta útil para interpretação do significado clínico, considerando que os contaminantes geralmente crescem em apenas uma amostra quando duas ou mais são obtidas. Portanto, a coleta de uma amostra única não é recomendada, já que um número substancial de bacteremias pode não ser detectado e impossibilita a discriminação de possíveis contaminantes.

As metodologias atuais para hemocultura automatizada são mais sensíveis e permitem a detecção rápida de baixos níveis de bacteremia mesmo em pacientes em uso prévio de antimicrobianos. O sistema automatizado realiza monitoramento contínuo e existe um menor risco de contaminação laboratorial, pois o repique é realizado somente a partir de cultura positivas. Opcionalmente, pode-se fazer a escolha de frascos de hemocultura com fator neutralizador de antibióticos que permite o desenvolvimento de bactérias em pacientes sob antibioticoterapia. A grande maioria dos resultados positivos ocorre nas primeiras 48 horas de incubação.

O Laboratório Labclass disponibiliza a hemocultura automatizada em sua rotina e, dada a importância do exame, os médicos serão sinalizados quando houver positividade da cultura através da liberação da coloração de Gram que permitirá realizar uma escolha de antibioticoterapia primária.

Referência Bibliográfica:

Araujo M.R.E. Hemocultura: recomendações de coleta, processamento e interpretação dos resultados. J Infect Control 2012; 1 (1): 08-19

http://www.rbac.org.br/artigos/perfil-de-resultados-de-hemoculturas-positivas-e-fatores-associados/

Lee D-H, Kim SC, Bae I-G, Koh E-H, Kim S. Clinical Evaluation of BacT/Alert FA Plus and FN Plus Bottles Compared with Standard Bottles. Journal of Clinical Microbiology. 2013;51(12):4150-4155. doi:10.1128/JCM.01935-13.

 

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12 de setembro de 2018 Post direita , , , , , , , , , , ,