Câncer de cabeça e pescoço (Papilomavírus humano – HPV)
Os cânceres de cabeça e pescoço representam aproximadamente 4% dos casos de neoplasias. Geralmente, iniciam-se nas células escamosas que revestem as superfícies úmidas da boca, nariz e garganta. Os tumores de células escamosas são muitas vezes referidos como carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço. Estes tumores, também podem começar nas glândulas salivares, mas são raros.
Tumores de língua, céu da boca, laringe e amígdala estão sendo associados a presença do vírus HPV (Papilomavírus humano). Outros fatores também estão associados como o tabagismo, etilismo, má higiene bucal, uso de próteses e restaurações mal adaptadas, gengivite crônica, infecções pelo vírus Herpes tipo I, exposição à radiação, deficiência de vitamina A e imunossupressão.
Estima-se que em todo o mundo ocorram cerca de 123 mil casos novos por ano de cânceres de orofaringe e hipofaringe. A mortalidade é de aproximadamente 79 mil casos por ano. O Brasil possui uma das maiores incidências de câncer de boca e orofaringe do mundo. Dados publicados na literatura nacional apontam o câncer bucal como a sexta neoplasia maligna mais frequente nos homens e a oitava nas mulheres
Este tipo de tumor está acometendo pessoas mais jovens, entre 30 e 45 anos, que não fumam ou bebem ou bebem socialmente. Médicos e pesquisadores concluíram que o Papilomavírus humano, o HPV, deve ser o causador de infecções que facilitam a formação desses tumores. Este vírus acomete homens e mulheres, afetando tanto a região genital como a extragenital. Práticas sexuais, neste caso, principalmente sexo oral, sem proteção e com muitos parceiros explicam o aumento dos casos deste tipo de câncer. Sua transmissão ocorre pelo contato direto com a pele infectada e, muitas vezes, pode se esconder em áreas não cobertas pela camisinha, como na bolsa escrotal.
A infecção pode manifestar-se nas formas clínica, subclínica e latente. Existem mais de 100 tipos de HPV, sendo que cerca de 15 tipos são considerados de alto risco para malignidade.
Cerca de 80% das pessoas que são diagnosticadas com este tipo de tumor apresentam a doença em estágio avançado. Os primeiros sinais do câncer são pequenas feridas na boca que sangram com facilidade. Dificuldade para mastigar, engolir, movimentar a língua ou a mandíbula são sintomas que aparecem no estágio mais avançado da doença.
A anamnese e o exame físico são a base do diagnóstico clínico e constituem os elementos orientadores da indicação de exames complementares. Os exames complementares possuem múltiplas finalidades, sua solicitação visa avaliar o tumor primário, as funções orgânicas, a ocorrência simultânea de outras doenças e a extensão da doença neoplásica. Também, são indicados para detecção de recidivas, controle da terapêutica e rastreamento em grupos de risco. Os exames laboratoriais, endoscópicos e radiológicos, inclusive os ultrassonográficos e de medicina nuclear, fornecem uma avaliação anatômica e funcional do paciente.
A Captura Híbrida é um teste laboratorial de biologia molecular qualitativo e quantitativo, que amplifica e detecta o sinal dos híbridos formados pela reação enzima-substrato. A leitura do resultado é feita por quimioluminescência. O exame consegue diagnosticar a presença do vírus mesmo antes do aparecimento de qualquer sintoma. O exame possibilita informar com certeza se o paciente é portador da infecção ou não. É um exame útil no diagnóstico e acompanhamento da infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV). Permite a detecção de 1 pg/mL de DNA-HPV, equivalente a 0,1 cópia de vírus por célula.
A Captura Híbrida não identifica os tipos virais do HPV, e sim os grupos virais. O teste possui dois pools de sondas, uma para os vírus de baixo risco (não oncogênicos) que pesquisa os tipos virais 6, 11, 42, 43 e 44, e outra para os vírus de alto risco (oncogênicos) que pesquisa os tipos virais 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59 e 68.
As técnicas que utilizam PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) são, em geral, mais sensíveis, e podem ser combinadas com a detecção por sondas específicas para determinar os vários tipos virais.
A técnica de genotipagem detecta 14 genótipos de HPV de alto risco e a genotipagem do HPV 16 e HPV 18 permitem melhor avaliação de risco e tratamento do paciente. Este teste fornece as informações necessárias para a estratificação ideal do paciente; consolidando as ferramentas diagnósticas de seleção e genotipagem em uma única reação, portanto muito mais custo-efetiva.
Após o diagnóstico, o médico discutirá com o paciente as opções de tratamento. Alguns fatores podem ser decisivos na escolha do tipo de tratamento, como o estado geral de saúde, estadiamento da doença, localização exata da doença, idade do paciente, além de outras considerações pessoais. As principais opções de tratamento para pacientes com câncer de cabeça e pescoço podem incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia e terapia alvo.
Em muitos casos, mais do que um desses tratamentos ou uma combinação deles podem ser utilizados.
Os pacientes diagnosticados com câncer de orofaringe com HPV podem ser tratados de forma diferente daqueles com câncer de orofaringe HPV negativo. Pesquisas recentes mostraram que os pacientes com tumores de orofaringe positivo para HPV têm um prognóstico melhor e podem fazer um tratamento menos intenso.
Para os pacientes expostos aos fatores de risco, o acompanhamento regular com um cirurgião de Cabeça e Pescoço é fundamental para detectar precocemente alguma lesão suspeita. Manter a higiene bucal em dia, não fumar, manter uma alimentação saudável e evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas são medidas eficazes para prevenir a maioria dos cânceres de boca, faringe e laringe.
O Laboratório Labclass disponibiliza os exames de HPV PCR tipagem, HPV Captura hibrida e HPV genotipagem em sua rotina. Para mais informações favor contactar-nos.
*Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte seu médico.
Referências Bibliográficas:
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INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER; Ministério da Saúde: incidência de câncer no Brasil. INCA, 2018. Disponível em:http://www.inca.gov.br/estimativa/2018/. Acesso em: 18 agosto. 2018.
Andrade. Rodrigo. As novas faces do câncer. Pesquisa FAPESP 233 v 43. Julho de 2015.
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